quarta-feira, 16 de junho de 2010

História


Quando Dédalo quis retornar para a Grécia, com o seu filho, o rei de Creta decidiu que ele não voltaria e mandou prender os dois no alto de uma torre, defronte ao mar. Não havia como fugir. Mas Dédalo, muito engenhoso, reuniu um monte de penas e pôs-se a fazer dois grandes pares de asas, como as das gaivotas, modelando-as com cera. Depois ensinou ao filho como manter -se pairando no ar e deu as regras:
Não voe muito alto, nem muito baixo. Se subir muito, o calor derreterá a cera, estragando suas asas. Fique perto de mim e dará tudo certo. Partiram. Ícaro começou a sentir uma liberdade que nunca experimentara antes e subia cada vez mais alto.
O pai gritava: Volte! Desça! Desça! Mas Ícaro estava deslumbrado. Queria chegar ao céu. De repente suas asas começaram a amolecer com o calor do sol e as pernas foram se soltando. Ícaro soltou um grito e despencou das alturas, caindo no mar, sem que seu pai pudesse ajudar-lo.
O pai estabelecu os limites: " Não suba muito. Fique perto de mim...", mas Ícaro certamente não estava preparado para assumir total liberdade e desapareceu no mar. O pai ? Ele não pôde fazer mais nada.
É bom tomar cuidado! Só conceda liberdade a uma criança quando tiver certeza de que ela é capaz de obedecer às regras estabelecidas, respeitando os limites.

(SOARES, Áurea. Construindo o amanhã. São Paulo, 2004)

Família (Mito 05º)


Na porta da sala, uma dezena de pais se acotovela querendo ver os filhos em atividade. A cena, pesadelo para muitos professores de Educação Infantil, que não sabem se dão atenção às crianças ou aos adultos, é representativa de um elemento essencial para que a adaptação aconteça bem: a boa integração entre a família e a escola, que deve acontecer desde o começo do relacionamento.

O que acontece
Nem todo pai ou mãe conhece as fases de desenvolvimento da criança e as estratégias pedagógicas usadas durante a adaptação. Eles têm direito de ser informados e essa troca é fundamental na transição dos pequenos do ambiente doméstico para o escolar. A ansiedade dos pais vai diminuir à medida que a confiança na escola aumenta - e isso só acontece quando há informações precisas sobre a trajetória dos pequenos.

Lagrimas (Mito 04º)


Basta chegar à escola que as lágrimas aparecem. Se a mãe vai embora, elas aumentam. Na hora de brincar, de comer, de ler, choro. Muitos professores ficam desesperados e tentam distrair a criança mostrando imagens ou arrastando-a para um canto com brinquedos. Um engano, pois essa atitude pode atingir o objetivo imediato - que é acabar com o choro -, mas não resolve o problema.

O que acontece
"Essa manifestação é apenas um sintoma do desconforto da criança", afirma Débora Rana. Interpretar esse e outros sinais - como inapetência e doenças constantes - é fundamental durante a adaptação. O que eles significam? Por outro lado, a ausência do choro não quer dizer que a criança está necessariamente se sentindo bem: o silêncio absoluto pode ser um indicador de sofrimento

Convivência (Mito 03º)


"Que coisa feia! Dá a mão para o seu colega." Fazer com que as crianças se tornem amigas não é tarefa da escola, mas ensinar a conviver é um conteúdo imprescindível na Educação Infantil. Nem crianças nem adultos são amigos de todas as pessoas que conhecem e não por isso a convivência pessoal ou profissional é inviável. O papel do professor é incentivar e valorizar o que as crianças têm em comum. A escolha sobre com quem elas desejam ter uma relação mais próxima é absolutamente dela.

O que acontece
No período de adaptação, primeiro há a criação do vínculo para que o trabalho escolar aconteça. Ele deve estar baseado no respeito entre as crianças e entre elas e os professores. Aos poucos - e naturalmente -, a afetividade vai sendo construída baseada nas afinidades dentro do grupo

Interação (Mito 02º)


Durante uma brincadeira de roda, a turma está toda junta, cantando. Apenas uma criança olha para o teto, cantarola baixinho alguns versos e não interage com as outras. A professora chama a atenção: "Cante mais alto! Você está triste? Por que nunca participa?" Certamente, quem age assim pensa que está incentivando a interação. Contudo, pode ocorrer o efeito contrário. "O mais adequado é se perguntar qual estratégia seria melhor para que a criança responda às atividades", diz Ana Paula Yasbek, coordenadora pedagógica do Espaço da Vila, em São Paulo. Elogiar apenas os alunos mais participativos aprofunda o sentimento de não-pertencimento.

O que acontece
Existem as crianças extrovertidas, como também as tímidas. O respeito à personalidade de cada uma é essencial para o processo de adaptação e o direito à timidez precisa ser assegurado

Crianças que não compartilham brinquedos, não está adaptada ( Mito 01º)


"Você tem de dividir o brinquedo com seu amiguinho." "Isso não é seu, empreste para ele." Frases como essas são comuns em uma sala de Educação Infantil. Para a criança, muitas vezes, elas podem soar como uma ordem, uma obrigação, causando choro e recusa. "Aos olhos dos adultos, a negação da criança em dividir é vista como egoísmo", esclarece Débora Rana. Criar uma situação ameaçadora, aumentando o tom de voz ou sugerindo uma punição caso a criança não divida ou colabore com um colega, não é o caminho

O que acontece
Nos primeiros anos de vida, a criança encontra-se num momento autocentrado do seu desenvolvimento e desconhece as regras de convivência social. A compreensão do sentido e do prazer de compartilhar virá posteriormente, depois de um processo mais amplo de reconhecimento do outro.

Os cinco mitos - Introdução

Segundo o dicionário Aurelete, a palavra mito significa Narrativa fantasiosa, simbólica, crença popular ou tradição que se desenvolve sobre alguém ou algo. Nestes cinco mitos que iremos descrever, vamos contextualizar a principio sobre o início do desenvolvimento da criança, e que nem tudo era um bicho papão.





terça-feira, 15 de junho de 2010

Evitando a Surdez Prematura

Os nossos filhos têm sido influenciados a ouvir música alta por um longo período de tempo.
O ser humano tolera até 90 decibéis. Myers define decibel como “a unidade de medida para a energia do som” e continua dizendo que “a exposição prolongada acima de 85 decibéis acarreta perda de audição”. Vejamos uma situação que está ensurdecendo nossos filhos: são os locais onde as músicas muito altas são tocadas e a utilização dos fones de ouvido. No primeiro caso considere que se uma pessoa normal pode suportar até 90 decibéis, o que acontece nos ouvidos quando ele se expõe a 140 decibéis durante 2 horas num show de rock?
A música ensurdecedora é uma das causas da surdez nervosa. E com estas desagradáveis conseqüências, como por exemplo: uma pessoa poderá sentir-se frustrada por não entender completamente o que está sendo dito, ou então em uma sala de aula um estudante que não escuta muito bem pode tornar-se lento no aprendizado e ser prejudicado em seu desempenho escolar.
Vale à pena lembrar que a dificuldade de integração social provocada pela surdez acarreta timidez e queda da autoconfiança. Os fones de ouvido levam também ao isolamento, uma espécie de fuga da sociedade. Certamente queremos que nossos filhos permaneçam saudáveis e que se desenvolvam sem timidez, frustração, sem isolamento por não escutar o que se fala.
É dever dos pais conversarem francamente com seus filhos sobre este assunto.

(SOARES, Áurea - Construindo o Amanhã/Casa Publicadora Brasileira)